CANETAS COLORIDAS E CÓDIGOS NA MOULAGE FRANCESA
- Francys Saleh
- há 13 minutos
- 3 min de leitura

Eu sempre reforço, em todos os meus cursos e conteúdos: a moulage francesa é uma técnica rigorosa, com regras claras e uma metodologia refinada. Quem já teve aulas comigo sabe bem do que estou falando.
Muita gente que está começando na moulage tem a ideia equivocada de que basta "jogar" o tecido sobre o manequim e ir modelando livremente. E embora esse gesto intuitivo faça parte do processo criativo, a verdade é que a moulage exige muita precisão, planejamento e domínio técnico.
Na França, essa técnica é tratada com a seriedade que merece. Ela é usada diariamente nos ateliers de Alta-Costura, como mostrei neste post sobre o Atelier Sara, em Paris, e também é a base de ensino nas melhores escolas de moda, como aquelas onde me formei e me especializei, tanto na França quanto na Espanha.
Foi vivenciando essa realidade que compreendi: existem muitos códigos e práticas dentro da moulage que não estão descritos em livros, nem ensinados em tutoriais online. E é sobre alguns desses detalhes que quero falar aqui com você hoje.
A IMPORTÂNCIA DAS CORES NA MARCAÇÃO DA TELA
Assim como expliquei em outro post sobre o uso dos fitilhos (também conhecidos como bolduc), as marcas feitas no tecido também seguem regras específicas de cor. Essas cores ajudam não só a organizar visualmente o processo, como também facilitam a comunicação entre profissionais dentro de um atelier.
Vamos entender melhor:
Caneta vermelha: é tradicionalmente usada para marcar a linha do centro frente e centro costas. Essas linhas são as primeiras a serem traçadas e funcionam como referência de eixo do corpo.
Caneta azul ou preta: servem para marcar as linhas horizontais guias: busto, cintura e quadril. Elas ajudam a garantir o alinhamento e a simetria da peça durante a construção.
Terceira cor (geralmente verde ou roxa): é utilizada para marcar os traços do modelo, ou seja, as interpretações criativas da peça tais como recortes, decotes, pences ou detalhes de design.
Essa codificação de cores não é um capricho. Nos ateliers franceses, é comum que um profissional crie a tela e outro a planifique (transforme em molde em papel). Assim, essas cores funcionam como uma linguagem visual, facilitando a leitura e evitando erros durante a transposição do tecido para o molde.
A FERRAMENTA CLÁSSICA: A BIC MULTICOLOR
Para facilitar esse processo, muitos profissionais usam a caneta BIC clássica com 4 cores, aquela retrátil, com azul, preta, vermelha e verde. Com ela, conseguimos alternar rapidamente entre as cores e manter as marcações organizadas, mesmo quando precisamos fazer correções.

Aliás, sim, errar faz parte do processo! E é por isso que é tão importante trabalhar com metodologia, pois ela permite que você corrija um detalhe sem perder a lógica da construção.
POR QUE VOCÊ PRECISA APRENDER ISSO?
Se o seu objetivo é trabalhar com moulage de forma profissional, seja para Alta-Costura, moda autoral, moda sob medida ou mesmo desenvolvimento de produto, entender esses códigos é essencial.
Mais do que criar no manequim, você precisa dominar a lógica da construção, o rigor do método e a clareza da comunicação visual que a técnica exige.
É esse nível de detalhamento que ensino nos meus cursos: desde as marcações fundamentais até a criação de bases técnicas, passando pela interpretação criativa e a planificação do molde.
E VOCÊ, JÁ CONHECIA ESSAS REGRAS?
Moulage não é só arte, é ciência, é método, é tradição. E quando você conhece esses códigos, tudo começa a fazer sentido.
Se você quer se aprofundar na técnica original francesa, aprender com quem estudou diretamente nas melhores escolas e viveu essa prática nos ateliers, vem comigo! Minhas turmas estão abertas, e esse conhecimento pode transformar a sua forma de criar moda.
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