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QUAIS AS ETAPAS DO MOLDE NA MOULAGE?

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A técnica de moulage é uma ferramenta poderosa para criar moldes diretamente no manequim, permitindo um ajuste tridimensional que respeita as formas do corpo e o caimento do tecido.


Após essa etapa tão artesanal e criativa, uma dúvida comum entre estudantes e profissionais é: o que fazer depois que o molde está pronto na tela?


Neste momento, é importante entender que o molde criado na moulage ainda é um protótipo inicial, um ponto de partida para as próximas etapas do desenvolvimento da peça. Você tem basicamente três caminhos para seguir, e cada um deles depende do seu objetivo final, do volume de produção e dos recursos disponíveis.


1. CORRIGIR AS LINHAS E UTILIZAR A TELA COMO MOLDE FINAL

Essa é a forma mais direta e simples de seguir. Você pode corrigir as linhas e os contornos diretamente na tela de moulage e usá-la como molde para cortar o tecido e montar a peça final.


Esse método é bastante usado por designers independentes, estilistas autorais e ateliers que trabalham com produção artesanal ou em pequenas quantidades. A vantagem aqui é que você mantém a tridimensionalidade da moulage, que é uma característica muito valorizada para peças exclusivas e para trabalhos onde o caimento natural e a forma fluída do tecido são essenciais.


No entanto, é importante lembrar que a tela usada no manequim é feita de tecido que pode esticar ou deformar com o tempo. Então, ao usar essa tela como molde final, você deve tomar cuidado para evitar que a peça final sofra alterações no caimento devido a possíveis distorções do tecido.


Além disso, para manter a precisão, é necessário registrar pontos de referência, marcações e costuras para que o processo de reprodução da peça seja fiel ao molde original.




2. CORRIGIR AS LINHAS E TRANSFERIR PARA O PAPEL

A segunda opção é transferir as linhas corrigidas da tela de moulage para o papel, criando assim um molde em formato tradicional. Essa etapa é essencial para quem deseja ter um molde que possa ser reproduzido facilmente em diferentes tamanhos ou usado em produção em maior escala.


O processo geralmente envolve esticar a tela sobre uma mesa, cuidadosamente, para evitar distorções, e traçar as linhas do molde com precisão. Também é fundamental marcar as partes de costura, pences, marcações de tecido e referências que facilitam a montagem da peça.


Além disso, essa versão em papel do molde pode ser usada para fazer ajustes mais técnicos, como acrescentar margens de costura, criar gradações para diferentes tamanhos, ou até fazer adaptações para diferentes tecidos.


Para quem trabalha em ateliers, pequenos ateliês ou empresas de médio porte, essa etapa é crucial para garantir que a ideia inicial da moulage seja convertida para um formato de molde funcional, que pode ser reproduzido e aperfeiçoado com facilidade.


3. CORRIGIR AS LINHAS E DIGITALIZAR PARA UM SISTEMA CAD/CAM


A terceira opção, mais moderna e tecnológica, é corrigir as linhas do molde na tela e digitalizá-las para um software CAD/CAM (Desenho Assistido por Computador / Manufatura Assistida por Computador).


Essa é a metodologia usada por grandes empresas e indústrias da moda que trabalham com produção em larga escala.

A digitalização do molde oferece várias vantagens:


  • Precisão e padronização: O molde digital é muito mais preciso e fácil de manipular. Ajustes de tamanho, proporção e forma podem ser feitos rapidamente no computador, reduzindo erros.

  • Agilidade na produção: A partir do molde digital, é possível gerar diretamente o corte automático em máquinas especiais, otimizando tempo e recursos.

  • Gradação eficiente: Com o software, o molde pode ser facilmente graduado para diferentes tamanhos, mantendo as proporções exatas e a fidelidade do modelo.

  • Armazenamento e compartilhamento: Os moldes digitais são facilmente arquivados, enviados e compartilhados entre diferentes setores e fábricas, facilitando a comunicação entre equipes.

Por outro lado, essa opção exige investimento em equipamentos e software, além de conhecimento técnico para operar essas ferramentas digitais. Para quem está começando, pode parecer complicado, mas dominar esses sistemas abre portas para trabalhar em grandes empresas e até expandir seu negócio com produção mais profissional.

ALGUMAS DICAS PARA ESSA ETAPA

  • Tenha sempre um caderno de anotações ou um sistema de registro visual. Documentar cada etapa da moulage ajuda a entender as correções que você fez, as decisões criativas e técnicas, além de facilitar futuras reproduções.

  • Faça provas e testes. Antes de partir para a produção final, experimente sempre montar um protótipo em tecido similar ao original. Isso permite ajustar o molde com base no caimento e conforto.

  • Entenda o tipo de tecido que será usado. Tecidos com elasticidade, peso e textura diferentes se comportam de maneiras distintas. Por isso, ao transferir a moulage para o papel ou digital, tenha sempre em mente o tecido final para ajustar o molde corretamente.

  • Trabalhe com calma e atenção. O processo de correção é fundamental para garantir que o molde final seja funcional e que a peça tenha qualidade e caimento perfeitos.



A moulage, como técnica tridimensional, é o ponto de partida que permite um contato direto com o volume e o corpo, oferecendo uma base rica para qualquer um desses caminhos. Saber o que fazer depois dessa etapa é fundamental para transformar suas ideias em peças reais, funcionais e com qualidade.


Espero que este conteúdo tenha sido útil para você! Um beijo e até o próximo post!

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