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O QUE É PLANIFICAÇÃO DA MOULAGE E COMO FAZER



Você sabe o que é a etapa de planificação de um molde?


Calma, se este termo é novo pra você não se preocupe, vou te explicar aqui direitinho


A planificação nada mais é do que a transferência do modelo para o papel, com o traçado de todas as suas formas e todos os detalhes de cada parte da tela, ou seja, do molde feito na moulage.


Nesta fase é similar a forma como trabalhamos com o molde final na modelagem plana, já que cada parte do modelo feito, deve ter as informações e marcações sobre piques, pences, furos indicadores da altura de bolsos ou outro detalhes importantes do molde.


Além disso, as etapas de prova e correção do molde e gradação são exatamente as mesmas utilizadas na modelagem plana e na moulage, com os mesmos detalhes.


Planificar o molde é um ótimo exercício para quem está começando a fazer moldes e aprender a modelagem, pois é uma maneira fácil e eficaz de aprender a manipular as réguas e analisar as curvas do molde e entender como elas se formam.


Essa etapa começa depois que o molde é feito no manequim, então, para começarmos a planificação, devemos retirar as telas do manequim, cuidando para que todas as linhas do molde tenham sido feitas, pois precisamos dessas linhas na hora de planificar.


Após, passamos para a etapa de passar as telas, cuidadosamente, uma a uma!

E nessa etapa um alerta muito importante: o ferro não deve ser a vapor, pois o vapor irá fazer com que o tecido encolha, e assim irá alterar as linhas da tela. E claro que não queremos que isso aconteça!

Depois de passarmos, precisamos conferir as linhas marcadas.


Essa etapa da planificação é sempre a mesma, por isso Eu vou ensinar aqui como fazemos a planificação completa do vestido porém saibam que o processo é similar em todos os casos de modelos que vocês forem desenvolver, ou seja, não tem segredo.


Você pode definir se passará ou não este molde para o papel. Se essa peça for única, feita apenas para você ou uma cliente, indico fazer apenas a correção das linhas do molde.


Passamos para o papel kraft, quando esse molde for usado em larga escala, como na indústria, por exemplo, ou ainda, você pode utilizar essa tela corrigida e digitalizar em um software cad/cam, caso sua empresa trabalhe com modelagem digital.

De qualquer forma, você precisa "limpar" as linhas do molde, pois quando estamos trabalhando no manequim, não há uma precisão quando estamos marcando com a caneta e isso é normal, por isso existe essa etapa.


Neste momento apoiamos as réguas sobre as linhas: quando a linha é curva usamos as réguas curva de alfaiate ou curva de quadril e a curva francesa, perroquet ou pistolet.

Já nas linhas retas, usamos uma régua tradicional e também o esquadro, quando precisamos esquadrar linhas, como no caso de uma barra de saia reta, por exemplo.


Após as linhas corrigidas, passamos para a etapa de adição de margem de costura. Neste momento a costureira ou modelista deve trabalhar com as medidas que já está acostumada e também, analisar qual o acabamento que irá fazer na costura. Eu particularmente trabalho com a medida de 0,5 cm.


Ah, já ia esquecendo, neste momento também é importante fazer os piques de junção.

Piques de junção, o que é isso?


Quando vamos costurar uma peça precisamos ter uma referência de qual parte vamos unir, e os piques de junção de costura auxiliam nesse momento. Você pode determinar quantos piques quer colocar no seu molde. Normalmente colocamos nos principais pontos como busto, cintura, quadril e ombros.


Após finalizada essa etapa, passamos para a descrição dos componentes do molde.


Todos os moldes devem ter essa descrição, esteja você fazendo um teste ou trabalhando em uma empresa.

Colocar as descrições no molde facilita na hora de trabalhar, otimiza seu tempo!


Então adote uma forma padrão de nomear seus moldes. Eu gosto sempre de usar essa sequência:


Referência ou descrição do modelo: coloque o nome ou código que identifica o modelo dentro da coleção.

Tamanho: Utilize o numero ou letra do tamanho do respectivo molde. Ex. 40 ou Tam: M

Parte componente: É uma parte de um recorte, bolso, vista? Descreva cada parte!


Quantidade: Informe quantas vezes o molde deve ser cortado. Caso seja cortado na dobra, você também deve indicar no molde.


Fio: É identificado com uma linha reta desenhada no centro do molde e serve para identificar o sentido em que deverá ser posicionado o tecido para o corte. O sentido de um fio refere-se ao caimento que terá sobre o corpo e normalmente, o fio segue os fios de construção do tecido, em especial os de urdume (fio do sentido do comprimento do tecido). Ele também pode ser marcado atravessado, ou em sentido de 45º em relação ao fio de urdume, conhecido como fio enviesado. Quando se trata de tecido com pé, como é o caso do veludo, a marcação do fio deve ter a mesma direção para todas as partes do componente. O mesmo ocorre com tecidos com estampas em direção única.

Marcações: São detalhes que podem auxiliar a confecção de uma peça facilitando a costura. São os entalhes como piques, que marcam posições de pences, pregas, bitolas de bainhas ou detalhes para encaixe de costura. Também são marcações de furos de bolso, linhas de dobras, aumentos de bainhas, costuras, dentre outros, que servem de guia para riscadores, cortadores e costureiras.

Modelista: É aconselhável identificar o modelista que desenvolveu o trabalho, em especial no caso de empresas que utilizam mais de um profissional.

Data: Para monitorar as peças que foram testadas ou não, é importante identificar o molde por meio de datas de execução.


Vou deixar alguns videos aqui para vocês, para auxiliar ainda mais nos estudos de moulage:


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